Materiais de apoio ao ensino da leitura, de acesso livre e gratuito, para pais, professores e todos os que se interessem pelo tema.

A magia das linhas: Sabia que escrever em folhas pautadas melhora a caligrafia das crianças?
Muitas vezes, não reflectimos sobre a importância do material utilizado na aprendizagem da escrita, concentrando-nos unicamente no acto de escrever. No entanto, a investigação tem mostrado que a escolha do material de escrita pode fazer toda a diferença. Guilbert e Fernandez (2024) analisaram o efeito das folhas pautadas na qualidade da caligrafia das crianças, comparando-o com o impacto das folhas sem linhas. Analisaram, ainda, se as habilidades de motricidade fina e de coordenação visuomotora influenciam esse efeito. Este estudo, intitulado «The use of lined paper in child education: Impact of line presence on handwriting quality» e publicado na revista Reading and Writing, apresenta resultados interessantes, com implicações notáveis para o ensino da escrita nos primeiros anos de escolaridade.

Preditores cognitivos e familiares da aprendizagem precoce de leitura e matemática
As crianças iniciam a escola com diferenças consideráveis nas habilidades académicas iniciais, especialmente na leitura e na matemática. Kapteijns e colaboradores analisaram os factores que influenciam o desenvolvimento precoce da leitura e da matemática numa amostra de 222 crianças do jardim de infância. Os resultados deste estudo estão reportados no artigo «Cognitive and home predictors of precocious reading and math before formal education», publicado em 2025 na revista Journal of Experimental Child Psychology.
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Fluência de Leitura (Vol. 1)
Este caderno de apoio ao ensino é parte de uma série que agrega, por categoria, os textos de apoio do programa AaZ – Ler Melhor, Saber Mais. Nesta edição, estão reunidos os textos relacionados com a fluência de leitura, que foram publicados até Maio de 2025.
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De palavra em palavra se constrói o saber: aumentar o vocabulário e o conhecimento de conteúdo na educação pré-escolar
A leitura requer a descodificação das palavras impressas acompanhada pela compreensão do que se lê, isto é, pela extracção e construção de significado. Segundo dados internacionais, embora nunca tantas pessoas tenham aprendido a ler, o desempenho dos alunos na compreensão da leitura continua insatisfatório. Não se trata de um fenómeno ocasional, mas de uma tendência preocupante, agravada pelos efeitos da pandemia de covid-19 na aprendizagem. Consequentemente, a compreensão da leitura tem sido alvo de atenção redobrada nos últimos anos, tendo investigadores como Cabell e colaboradores (2025) verificado que o ensino integrado de vocabulário e conhecimento de conteúdo na educação pré-escolar pode desempenhar um papel fundamental na compreensão da leitura. Os resultados são apresentados no artigo «Impact of a content-rich literacy curriculum on kindergarteners’ vocabulary, listening comprehension, and content knowledge», publicado na revista Journal of Educational Psychology.
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Palavras que contam: o papel do vocabulário na aprendizagem da matemática
Sabia que a aprendizagem da matemática não tem início no conhecimento dos números? Curiosamente, o ponto de partida está no domínio de conceitos fundamentais, como «quantidade», «tamanho» e «comparação». Neste sentido, o vocabulário constitui um precursor fundamental no desenvolvimento de capacidades matemáticas. Mas qual é exactamente o papel do vocabulário matemático na relação entre o conhecimento vocabular geral e a aquisição inicial da numeracia? Chi-San Ho e colaboradores (2025) respondem a esta questão no artigo «Relation between general vocabulary knowledge and early numeracy competence: The mediating role of mathematical language», publicado na revista Journal of Experimental Child Psychology.
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Preditores cognitivos da linguagem, leitura e matemática no 1.º ciclo do ensino básico
A investigação tem mostrado que alguns preditores cognitivos precoces da linguagem, leitura e matemática se influenciam mutuamente. Numa amostra de 563 alunos, Pham e colaboradores (2025) investigaram se estes preditores conseguiriam prever o desempenho nestes domínios no 1.º e 2.º anos de escolaridade. Os resultados deste estudo estão reportados no artigo «Early cognitive predictors of language, literacy, and mathematics outcomes in the primary grades», publicado em 2025 na revista Early Childhood Research Quarterly.
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Mostrar ou dizer? Melhorar a ortografia de palavras baseadas em regras através de prática explícita ou implícita
Apesar do ensino das regras ortográficas, as crianças cometem erros de escrita que requerem treino para a sua superação. A prática explícita (ensino directo das regras) e a prática implícita (exposição às palavras escritas correctamente) constituem duas das estratégias de treino possíveis. Num estudo publicado na revista Scientific Studies of Reading, de 2024, van den Boer e de Bree analisaram se a prática, explícita ou implícita, adicional à sala de aula ajuda a diminuir o número de erros ortográficos em palavras baseadas em regras, numa amostra de alunos do 2.º ano de escolaridade.
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Escrever para ler? O papel do conhecimento ortográfico na evolução da leitura
O conhecimento ortográfico, isto é, o conhecimento das normas e das convenções da escrita, tem sido identificado como um preditor significativo do domínio da leitura. No entanto, apesar dos diversos estudos realizados até à data, mantém-se uma questão importante: «O conhecimento ortográfico explica, por si só, as diferenças na leitura a curto e longo prazo entre os alunos?». Marković e colaboradores (2024) respondem a esta questão no artigo “The impact of orthographic knowledge on reading development in German third-graders”, publicado na revista Reading and Writing.
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Dos 8 aos 23 anos: Factores cognitivos, motivacionais e parentais na evolução da fluência de leitura
Embora a fluência de leitura seja alvo de estudo há vários anos, a evolução desta habilidade e os factores que a influenciam permanecem, em grande parte, desconhecidos. Qual o papel de factores cognitivos, motivacionais e parentais? Khanolainen e colaboradores (2024) exploram esta questão no artigo «Predicting reading fluency growth from grade 2 to age 23 with parental and child factors», publicado na revista Scientific Studies of Reading.
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As dificuldades iniciais de aprendizagem da leitura e escrita podem afectar a saúde mental das crianças: resultados de um estudo longitudinal
Uma proporção considerável de crianças do ensino básico enfrenta desafios relevantes na aprendizagem de leitura e escrita. Tais dificuldades são um fator de risco não apenas para o seu sucesso académico, como também para a sua saúde mental. Kargiotidis e Manolitsis analisaram a relação entre dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita nos 2.º e 3.º anos de escolaridade e a presença de sintomas de ansiedade social e de ansiedade generalizada no 5.º ano. Os resultados deste estudo estão publicados no artigo «Are children with early literacy difficulties at risk for anxiety disorders in late childhood?», publicado em 2024 na revista Annals of Dyslexia.
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Programas de tutoria: Quais os segredos para um programa eficaz?
A tutoria tem despertado um crescente interesse como solução para fazer face às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Dada a sua ampla utilização e o conjunto de evidências já existente, Nickow e colaboradores (2023), no artigo «The promise of tutoring for preK–12 learning: A systematic review and meta-analysis of the experimental evidence», procuraram sintetizar o que já se sabe sobre a eficácia dos programas de tutoria, especificamente sobre quais as características que podem contribuir para um programa de tutoria eficaz.
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Qual o impacto psicológico das dificuldades de aprendizagem?
Estudos indicam que as crianças com dificuldades de aprendizagem apresentam mais sintomas internalizados do que as crianças sem dificuldades. No entanto, apesar do conhecimento acerca do impacto psicológico das dificuldades de aprendizagem ter aumentado nos últimos anos, várias questões permanecem sem resposta. Será que as crianças com dificuldades de leitura apresentam os mesmos níveis de ansiedade e depressão que as crianças com dificuldades em matemática? Terá a idade alguma influência na relação entre as dificuldades de aprendizagem e os sintomas internalizados? Estas são algumas das questões que Vieira e colaboradores (2024) procuram responder no artigo «Internalizing problems in individuals with reading, mathematics and unspecified learning difficulties: a systematic review and meta‑analysis», publicado na revista Annals of Dyslexia.
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