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Um novo estudo desenvolvido pela IEA e pela UNESCO, em parceria com a Comissão Europeia, analisou a forma como o ensino e a aprendizagem foram afetados pela pandemia causada pela covid-19. Através da recolha de dados de escolas, professores e alunos, a investigação fornece uma visão sistémica, comparativa e múltipla do ensino e da aprendizagem do 3.º ciclo do ensino básico, em 11 países.

Esta semana foi publicado o estudo Responses to Educational Disruption Survey (REDS), que se foca em como o ensino e a aprendizagem foram afetados pela pandemia causada pela covid-19, bem como na resposta dos sistemas educacionais e dos governos às perturbações educativas. Através da recolha de dados de escolas, professores e alunos, a investigação visa fornecer uma visão sistémica, comparativa e múltipla do ensino e da aprendizagem do 3.º ciclo do ensino básico (8.º ano) em 11 países, que abrangem as regiões africana, asiática, árabe, europeia e sul-americana.

A investigação, desenvolvida conjuntamente pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA) e a United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), em parceria com a Comissão Europeia, fornece dados comparáveis a nível nacional, cobrindo uma vasta gama de temas relacionados com as consequências da covid-19 na educação. Além das áreas já referidas, o relatório internacional do REDS inclui informação sobre o bem-estar do aluno e do professor, o progresso escolar durante o encerramento das escolas, as medidas adotadas, tanto a nível nacional como escolar, para permitir a continuidade da aprendizagem, a transição para o regresso à escola e as mudanças persistentes, a preparação para futuras perturbações ou as desigualdades educacionais.

As principais conclusões do trabalho mostram que o ensino e a aprendizagem prosseguiram durante a pandemia com diversos ajustes tanto no modo como nos métodos de ensino. Os sistemas educacionais, as escolas, os professores e os alunos mostraram flexibilidade, adaptabilidade, resiliência e determinação. Além disso, os professores relatam estar abertos à inovação e acreditam que as novas abordagens no ensino e na aprendizagem permanecerão depois da pandemia. Por outro lado, conclui-se que as oportunidades de aprendizagem diminuíram, em particular para os alunos mais desfavorecidos, e que muitas escolas precisam de investimento na preparação para futuras perturbações educacionais. Mais de metade dos professores afirmou que os estudantes não progrediram para os níveis esperados, e um grupo vasto de alunos relatou ansiedade quanto à sua trajetória escolar. Este último efeito fez-se sentir em particular entre os estudantes de nível socioeconómico mais baixo, que mostraram sentir-se menos confiantes sobre a conclusão dos trabalhos escolares de forma independente.

O estudo salienta ainda que, para responder a necessidades diferentes e específicas, as intervenções têm de ser adaptadas ao contexto organizacional de cada escola. Destaca-se também a oportunidade gerada pela pandemia para a implementação de métodos de ensino que fortaleçam o apoio aos alunos, em particular aos que estão mais em risco de não terem acesso à escola por períodos prolongados, ou de o fazerem apenas em tempo parcial.

Estas lições são essenciais para as futuras respostas a crises deste tipo, mas também para assegurar que na recuperação seja dada prioridade à aprendizagem e ao bem-estar dos alunos, uma vez que a pandemia vai continuar a perturbar os sistemas educativos.

 

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