Um novo estudo em laboratório universitário norueguês veio mostrar que a ativação das redes neuronais provocada pela escrita e desenho manuais é largamente superior à ativação provocada pela dactilografia em computador.
Numerosos estudos anteriores tinham vindo já a mostrar que as crianças aprendem mais e lembram-se melhor do que estudam quando escrevem à mão. O que este novo estudo indica é que o uso de papel e lápis dá às crianças mais informação que lhes permite solidificar as suas memórias. Segundo declarações da professora van der Meer, uma das autoras do estudo, «Escrever à mão desencadeia muito mais atividade nas áreas senso-motoras do cérebro. Muitos sentidos são ativados quando se pressiona a caneta sobre o papel, enquanto se vão vendo as letras que se escrevem e ouvindo o sons que se provocam enquanto se escreve. Estas experiências sensoriais criam contactos entre várias partes do cérebro e propiciam a aprendizagem.»
O estudo foi feito por electroencelografia e confirma diversas pesquizas anteriores sobre as vantagens de ensinar caligrafia e desenho às crianças e evitar a digitalização extrema das atividades letivas. Tudo indica que o computador seja o mais apropriado para escrever um ensaio, por exemplo, mas que a escrita manual seja melhor para tirar apontamentos em aulas ou reuniões.
Estes novos dados científicos colocam mais uma vez em causa a teoria de que, podendo ser frustrante para as crianças ter uma caligrafia deficiente, se poderia evitar a fase de escrita cursiva e ensinar diretamente a dactilografia em computador.
Referência bibliográfica
Askvik, E. O., Van Der Weel, F., & Van Der Meer, A. (2020). The importance of cursive handwriting over typewriting for learning in the classroom: A High-Density EEG Study of 12-Year-Old children and Young adults. Frontiers in Psychology, 11. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.01810
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