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O papel dos exames no trabalho dos alunos e das escolas

Ao longo dos últimos 45 anos foram poucos aqueles em que não houve exames no ensino secundário, enquanto no básico estes só se passaram a realizar a partir de 2005.

Até 2004, somente os alunos do ensino secundário realizavam exames nacionais. A partir de 2005, também os alunos de 9.º ano passaram a realizá-los. E apenas num curto período temporal (entre 2013 e 2015) foram aplicados exames nacionais no final de cada ciclo do ensino básico.

No ensino básico, as disciplinas de exame têm sido sempre Português e Matemática, e o peso que a nota de exame tem na nota final do aluno a estas disciplinas é de 30% (pesando, assim, a nota interna 70%). No ensino secundário, os exames abrangem, além de Português, uma disciplina trienal da componente específica (no 12.º ano) e duas de formação específica (no 11.º ano).

 

No ensino básico, o facto de a escala de classificações funcionar por níveis (de 1 a 5) e de os exames terem um peso relativamente baixo na nota final tem como consequência prática que apenas em casos em que se verifique uma discrepância de dois ou mais níveis entre a nota de exame e a nota interna é que a nota final diferirá da interna. Esses casos ocorrem tanto no grupo dos alunos com classificações internas mais elevadas como no grupo de alunos com classificações internas mais baixas. Em qualquer dos anos letivos (entre 2005/06 e 2017/18) ilustrados nos gráficos, uns casos compensarão os outros, ficando a distribuição das notas finais em tudo idêntica à distribuição das notas internas. A elevada correlação (98%) entre notas internas e notas finais aponta para que as situações de alteração de nota sejam em número relativamente reduzido. O exame, além de permitir que cada escola consiga analisar os seus desempenhos à luz de um todo obtido a nível nacional, funciona assim também como um calibrador de eventuais grandes desajustes na avaliação interna. 

 

No ensino secundário, o efeito calibrador dos exames na distribuição das notas finais tem sido mais visível. A escala de avaliação utilizada neste nível de ensino é linear, com classificações de 0 a 20 valores. De facto, em qualquer dos anos letivos (2009/10 a 2017/18) ilustrados nas representações gráficas, a forma da distribuição das notas finais dos alunos que realizaram exames na 1.ª fase como internos, quer a Português quer a Matemática A, atinge classificações mais baixas, por comparação com notas internas, mantendo-se, no entanto, um aspeto global muito análogo. Mais concretamente, tal como para as notas internas, também para as notas finais a forma da distribuição se mantém muito semelhante de ano letivo para ano letivo. Apenas a mediana se altera, influenciada pela variação nas médias nos exames, que têm oscilado de ano para ano. Note-se que isto não põe em causa um papel calibrador dos exames do ensino secundário uma vez que, para efeitos de acesso ao ensino superior, a nota final que conta para a seriação dos alunos tem por referência o ano letivo corrente e a fase em que o aluno realizou o exame. Assim, numa mesma fase de candidatura, todos os alunos estão em pé de igualdade no que refere à eventual variação na média dos exames. 

 

A Português, apesar de variações na mediana, a distribuição das notas finais manteve a sua forma global de ano para ano (tal como já acontecia com as notas internas). A Matemática A, sobretudo por comparação com anos de decréscimo das classificações mais altas até 2013, os gráficos mostram uma tendência para um aumento de incidência na zona das melhores classificações a partir de 2014/15, tanto para as notas internas como para as notas finais. 
 

 

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Iniciativa Educação

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