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As intervenções direcionadas parecem ser mais eficazes no combate ao absentismo, conclui o estudo de revisão promovido por uma fundação britânica. No entanto, a evidência não é muito robusta, pelo que são urgentes mais trabalhos de investigação que possam orientar as medidas a adotar, defendem os autores.

Faltar às aulas tem um duplo efeito negativo na vida dos jovens: compromete seriamente o desempenho académico e cria situações de risco, como o envolvimento em delitos. Tem-se experimentado diferentes intervenções — da aposta em atividades extracurriculares ao fornecimento de alimentação na escola — de forma a diminuir o absentismo, sem que haja provas quanto ao que efetivamente resulta.

Melhorar o nível educacional dos alunos mais pobres tentando quebrar a relação entre o rendimento familiar e o sucesso escolar é o objetivo principal da Education Endowment Foundation (EEF), fundação britânica nascida em 2011. Guiando-se pela evidência científica para definir as suas intervenções, a EEF promoveu um estudo de revisão sobre as diferentes estratégias adotadas para combater o problema do abandono escolar, tentando chegar a uma conclusão quanto à sua eficácia. Essencialmente, pretendia saber-se o que funciona e o que não funciona com base nos dados disponíveis.

As intervenções analisadas nos 72 estudos, feitos sobretudo nos Estados Unidos e publicados desde 2000, são muito diversificadas e agrupam-se em oito categorias: mentoria, envolvimento dos pais, abordagens reativas e direcionadas, ensino de capacidades emocionais e sociais, intervenção comportamental, fornecimento de alimentação, incentivos e desincentivos, atividades extracurriculares.

Apesar de os autores deste trabalho sublinharem que a evidência é baixa e que são necessários mais estudos, destacam-se as estratégias que passam pela comunicação direta com os pais dos alunos faltosos. Esta comunicação pode acontecer nas mais variadas formas, incluindo e-mail, SMS ou cartas.

Num dos estudos em que se diminuíram as faltas à escola, tinham sido enviadas cartas de incentivo, ou nudge (em inglês, «empurrão» ou «incentivo», palavra que dá nome à teoria que preconiza a mudança de comportamentos mediante pequenos estímulos) aos pais de crianças cronicamente faltosas. No texto da missiva enviada, traduzida para as línguas mais faladas pelas famílias da região, sensibilizaram-se os pais para a importância de frequentar a escola, não só para a aprendizagem do aluno como também para a comunidade escolar. Também se assinalaram o número de faltas e os contactos da escola. Outra estratégia que mostrou ter algum êxito foi a identificação de problemas concretos na origem do absentismo e apresentação da respetiva solução, por exemplo, pela equipa da assistência social. A dificuldade de transporte é um caso típico.

«O absentismo escolar — faltas e exclusão fixa e permanente — tem impacto no aproveitamento dos alunos, mas também na probabilidade de se envolverem em violência e crime. Também é provável que muitos alunos com baixa frequência escolar ou excluídos tenham origens marginalizadas ou vulneráveis», sublinha-se no comunicado da EEF. Este problema não tem ainda evidência para que se possa resolver devidamente, como realça a presidente executiva da EEF, Becky Francis: «Os alunos persistentemente ausentes da escola têm menos probabilidade de ter bons resultados académicos. No entanto, como mostra o estudo de revisão [que publicámos], sabemos muito pouco sobre as melhores maneiras de aumentar a frequência escolar. Embora a investigação detete algum impacto positivo em certas abordagens, como envolver os pais e responder às necessidades individuais dos alunos, em geral, as evidências sobre o que funciona para reduzir o absentismo são fracas.»

Para colmatar esta falha, a EEF promove parcerias com organizações não-governamentais e escolas para que se façam estudos em áreas como o combate ao bullying, a aprendizagem social e emocional e o envolvimento da família.

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Iniciativa Educação

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