O conhecimento do cérebro tem vindo a mostrar que há formas mais eficientes de aprender. Com base em dados científicos, um especialista canadiano em psicologia cognitiva produziu um guia com as melhores estratégias para estudar e ensinar a estudar.
A um bom professor não cabe só o dever de ensinar a matéria. É preciso ensinar aos alunos «estratégias eficazes de retenção da informação», defende o especialista em psicologia cognitiva, Stephen L. Chew. Num artigo publicado na revista da Associação Canadiana de Psicologia, este professor da Universidade de Samford (EUA) apresenta os principais obstáculos à aprendizagem, bem como a forma de os contornar à luz dos mais atuais conhecimentos da psicologia e das neurociências.
Quando se trata de melhorar as estratégias de aprendizagem dos alunos há duas questões essenciais, resume o especialista: «Primeiro, os alunos precisam ser instruídos acerca da forma de atingir um estudo eficaz, e isto pode ser incluído num curso ou aprendido de forma independente. Em segundo lugar, os professores precisam de ser também eles instruídos para uma aprendizagem eficaz, para que possam transmitir e reforçar essas capacidades aos seus alunos, bem como usar o conhecimento para ensinar de forma mais eficaz. Seria contraproducente ensinar aos alunos estratégias eficazes de aprendizagem se estes depois tiverem aulas com professores que sigam mitos, tais como os dos estilos de aprendizagem».
O combate a este e a outros mitos associados ao ensino tem sido uma das principais preocupações deste professor, conhecido sobretudo pelo seu trabalho em torno dos métodos de ensino e aprendizagem, tendo mesmo criado uma série de vídeos no YouTube, direcionados a estudantes universitários, sobre a forma de estudar eficazmente, à luz da investigação cognitiva (www.samford.edu/how-to-study).

Figura 1. Pontos de estrangulamento e rasteiras na aprendizagem
Reconhecendo que não existe um método universal ótimo para aprender, mas uma abordagem que depende da interação entre uma série de fatores, tais como a atenção, a memória, os conhecimentos prévios e os próprios conceitos, bem como a forma como são apresentados, Chew reuniu numa tabela os principais entraves à aprendizagem e as soluções para os ultrapassar (ver Figura 1.). Este trabalho, explica o autor, surgiu da verificação de que nenhum dos materiais até agora publicados em torno da temática fornece ao leitor uma estrutura ou diagrama único e abrangente que ilustre, de forma clara e precisa, o modo como os alunos aprendem, e de uma maneira que os ajude a tornarem-se mais competentes na tarefa. «Existem tabelas e listas de práticas eficazes, mas não uma representação gráfica abrangente», sustenta no artigo. Só instruções claras, que possam facilmente ser adotadas tanto por professores como por alunos, pode realmente contribuir para aumentar a eficácia da aprendizagem.
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