Cinco regras para criar testes que ajudam a aprender
Já sabemos que os testes ajudam a aprender mais e melhor, mas como maximizar os efeitos benéficos dos testes na aprendizagem? Um artigo muito recente revê o que a ciência cognitiva nos diz sobre o uso dos testes, de modo a tirar o máximo partido do seu valor como instrumentos de aprendizagem. Testar frequentemente, antes e depois de se apresentar a matéria, usar testes cumulativos com diver-sos tipos de perguntas — sem grande peso na nota final e, por isso, essencialmente formativos e não avaliativos — são algumas das estratégias para criar e aplicar testes que ajudam a aprender melhor.
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Vídeos educativos: será que funcionam?
Na Internet abundam vídeos educativos, mas estes não parecem ser boas ferramentas pedagógicas. Uma investigação muito recente indica que, em matemática, os vídeos educativos facilitam apenas uma aprendizagem superficial. Combinar vídeos com estratégias que aumentam a aprendizagem (por exemplo, a prática de recuperação) pode aumentar o seu valor pedagógico.
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Como aprender melhor todas as matérias em qualquer idade?
A prática de recuperação e o espaçamento do estudo são duas estratégias de aprendizagem muito eficazes. Combinar estas duas práticas pode até criar uma superestratégia com resultados garantidos.
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O estudo intercalado melhora a capacidade de resolução de problemas
Apresentar aos alunos diferentes tipos de problemas intercalados em vez de os agrupar por tópico beneficia a memorização e compreensão de conceitos e a resolução de problemas mais difíceis em testes futuros. Um estudo recente demonstra estes resultados em contexto de sala de aula, com alunos universitários numa aula de Física.
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É melhor fazer muitos testes intervalados, ou poucos testes concentrados e sem repetir matéria?
Distribuir os testes no tempo ajuda a aprender factos e conceitos e a aplicá-los. Uma meta-análise recente defende a utilização destas estratégias de aprendizagem e sugere que não importa se o tempo que decorre entre testes se mantém estável ou se vai aumentando até ao teste final, o importante é que os momentos de teste sejam separados no tempo.
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Os alunos que possuem conhecimentos prévios beneficiam mais das estratégias educativas
Responder a perguntas e receber feedback pode ajudar na aprendizagem, mas será esta estratégia benéfica para todos os alunos? Os que têm um nível de conhecimentos prévios mais elevado, numa dada área, podem beneficiar mais deste tipo de estratégias do que os restantes. Mais do que a capacidade de aprendizagem, a curiosidade parece ser um fator decisivo para compreender este facto. Ainda não sabemos qual destes efeitos precede o outro: será esta curiosidade resultado dos conhecimentos adquiridos na escola, ou, pelo contrário, é esta qualidade que leva os alunos a obter essas informações prévias? Não obstante, o benefício de proporcionar aos alunos uma sólida base de conhecimentos que pode ser usada no futuro parece ser inquestionável.
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Pode uma educação mais acelerada ter consequências negativas no bem-estar dos alunos?
Os alunos com conhecimentos e capacidades mais avançadas do que as dos colegas da mesma idade podem ter benefícios intelectuais se forem postos em turmas mais avançadas ou em programas de ensino mais exigentes e rápidos para a sua idade. No entanto, muitos professores e encarregados de educação consideram a prática potencialmente perigosa para o desenvolvimento social e emocional dos alunos. Um estudo recente mostra que não parece haver razão para preocupações: os alunos com uma educação acelerada não reportam mais problemas socioemocionais ou menos bem-estar psicológico ao longo da vida do que os alunos com uma educação regular.
A motivação é importante... mas não chega!
Alunos mais motivados, com maior envolvimento dos pais na sua educação, em ambientes escolares mais seguros, e que sabem gerir os seus sentimentos e comportamentos podem ter maior sucesso escolar. Um estudo recente apoia esta ideia antiga. No entanto, este estudo indica também que estes factores menos relacionados com inteligência ou habilidades escolares, parecem beneficiar mais os alunos que já têm um bom desempenho escolar do que os alunos que ainda precisam de desenvolver uma base de conhecimentos sólida.
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Quatro estratégias para melhorar a transferência de conhecimentos
Praticar fazendo testes é uma estratégia de estudo poderosa e eficaz. Mas será que o que se aprende com este método pode ser transferido e aplicado a outros testes, conteúdos e contextos? Um estudo recente indica que, sob certas circunstâncias, a prática de recuperação pode favorecer a transferência da aprendizagem e conhecimentos – ou seja, testar os conhecimentos que adquirimos pode levar a um maior uso desses mesmos conhecimentos em novos contextos.
“Zoom Fatigue” ou como as reuniões virtuais nos estão a levar à exaustão e como evitá-lo
Com a necessidade de trabalhar e estudar remotamente que o COVID-19 nos trouxe, veio também o maior uso de videoconferências. Se, por um lado, a utilização de chamadas de vídeo permite que as pessoas se sintam mais conectadas, por outro, a sua utilização constante pode levar-nos à exaustão. Este fenómeno foi apelidado de “zoom fatigue” ou “fadiga de zoom,” em português. Quais são as suas causas e como se pode combater esta fadiga? A investigação científica e vários especialistas avançam algumas respostas.
Para atingir os níveis mais elevados de conhecimento, será mesmo preciso começar por baixo?
Terão os alunos de praticar e adquirir separadamente os conhecimentos factuais mais básicos antes de analisar e aplicar conhecimentos? Ao contrário do que se poderia esperar, a resposta é «não», especialmente se forem testando os seus conhecimentos. Alunos que praticam a recuperação de conteúdos a um nível elevado ou uma mistura de conteúdos a níveis baixos e elevados podem alcançar bons resultados.
«Grit» ou «Garra»: Será importante ensinar paixão e perseverança?
Vários fatores influenciam o desempenho escolar, mas, nos últimos anos, um novo conceito tem ganhado atenção: o «grit» ou força de vontade. Uma característica individual que vai além do QI ou do acesso a materiais. Apesar de ser necessária mais investigação, os professores podem tirar partido desta característica e ajudar os alunos a desenvolvê-la, ensinando-os, por exemplo, a não desistir perante as dificuldades.